sábado, 5 de fevereiro de 2011

58º Alvorecer - Noite Severina

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canção magna de Lula Queiroga e Pedro Luís

foi durante um bom tempo, cume

ponto alto das apresentações da Manzuá (banda em que toco)

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Apresentavamos a música enroscada no poema de Adélia Prado

e não me privarei de elogiar

a interpretação dada por Brisa

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Por não ser cruel, te poupo tempo e transcrevo o texto:

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A Serenata

Uma noite de lua pálida e gerâneos

ele viria com boca e mãos incríveis

tocar flauta no jardim.

Estou no começo do meu desespero

e só vejo dois caminhos:

ou viro doida ou santa.

Eu que rejeito e exprobro

o que não for natural como sangue e veias

descubro que estou chorando todo os dia,

os cabelos entristecidos,

a pele assaltada de indecisão.

Quando ele vier, porque é certo que vem,

de qe modo vou chegar ao balcão sem juventude?

A lua, os gerâneos e ele serão os mesmos

- só a mulher entre as coisas envelhece.

De que modo vou abrir a janela se não for doida?

Como a fecharei, se não for santa?

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